Brasil e Peru questionam liberação do domínio '.amazon' para a Amazon
Países dizem que domínio deve ser usado para promover a Amazônia.
Bolívia, Equador e Argentina apoiaram o protesto.
O Brasil e o Peru registraram uma "notificação" na Icann (Corporação para Atribuição de Nomes e Números na Internet) levantando questões contra o registro do domínio ".amazon" para a Amazon, maior varejista on-line do mundo. A notificação enviada ao órgão responsável por administrar e coordenar o Sistema de Nomes de Domínio (DNS) serve como "aviso prévio" e não tem efeito de protesto real, embora indique uma possibilidade de que exista algum impedimento no futuro caso a empresa que está registrando o domínio e o governo não cheguem a um acordo.
"Conceder o direito exclusivo deste gTLD [nome de domínio genérico de nível superior] para uma companhia privada iria impedir o uso do domínio para fins de interesse público relacionados à proteção, promoção e divulgação de questões relacionadas ao bioma da Amazônia, além de dificultar o possível uso desse domínio para congregar páginas relacionadas à população que habita esta área geográfica", diz o documento.
O texto diz que a Amazon deve retirar o pedido de registro para o domínio ".amazon", não citando nenhuma outra alternativa.
Bolívia, Equador e Argentina também são listados como simpatizantes da manifestação.
Caso a Amazon desista de registrar o domínio, ela terá direito a um reembolso de US$ 148 mil, 80% dos US$ 185 mil pagos para entrar no processo de registro de um domínio de nível global. Caso a Amazon decida desistir mais tarde, o reembolso será menor.
O G1 tentou contato com o Itamaraty e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, representantes do Brasil junto à Icann, para saber se existe algum projeto para o uso do domínio e se o governo pretende entrar com um protesto formal caso a Amazon não desista do registro. Até a publicação da reportagem, não houve resposta.
Domínios globais
A Icann é órgão responsável por administrar a alocação de domínios como ".br", para o Brasil, e criar e supervisionar domínios globais, como ".com" e ".xxx" (para sites de conteúdo adulto). A Icann não gerencia diretamente nenhum desses domínios. No caso de terminações que representam um país, é o próprio país que decide como os endereços serão gerenciados. Para domínios globais, a administração é decidida por um processo de concessão ou patrocínio.
Conseguir um novo domínio global costumava ser um processo longo e complicado. O registro do domínio ".amazon" faz parte da iniciativa da Icann para facilitar a concessão de novos domínios de nível global, semelhante ao ".com", mas personalizados de acordo com a solicitação de empresas ou instituições. Além de ".amazon", a Amazon entrou com pedidos para registrar ".book", ".app", ".store", entre outros. Há também pedidos para ".gay", ".casino", .antivirus", entre outros.
Entre os domínios que causaram problemas regionais, além de ".amazon", estão ".date" – que segundo o governo japonês é o nome de duas cidades no país -, e ".patagonia", que recebeu uma notificação do governo argentino.
A Austrália foi o país que mais registrou notificações e manifestou preocupação com diversos domínios considerados "genéricos", como ".shop" e ".antivirus". Segundo o governo australiano, as empresas responsáveis por esses domínios devem se comprometer a disponibilizá-los a terceiros de uma forma "não discriminatória".
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Países dizem que domínio deve ser usado para promover a Amazônia.
Bolívia, Equador e Argentina apoiaram o protesto.
O Brasil e o Peru registraram uma "notificação" na Icann (Corporação para Atribuição de Nomes e Números na Internet) levantando questões contra o registro do domínio ".amazon" para a Amazon, maior varejista on-line do mundo. A notificação enviada ao órgão responsável por administrar e coordenar o Sistema de Nomes de Domínio (DNS) serve como "aviso prévio" e não tem efeito de protesto real, embora indique uma possibilidade de que exista algum impedimento no futuro caso a empresa que está registrando o domínio e o governo não cheguem a um acordo.
"Conceder o direito exclusivo deste gTLD [nome de domínio genérico de nível superior] para uma companhia privada iria impedir o uso do domínio para fins de interesse público relacionados à proteção, promoção e divulgação de questões relacionadas ao bioma da Amazônia, além de dificultar o possível uso desse domínio para congregar páginas relacionadas à população que habita esta área geográfica", diz o documento.
O texto diz que a Amazon deve retirar o pedido de registro para o domínio ".amazon", não citando nenhuma outra alternativa.
Bolívia, Equador e Argentina também são listados como simpatizantes da manifestação.
Caso a Amazon desista de registrar o domínio, ela terá direito a um reembolso de US$ 148 mil, 80% dos US$ 185 mil pagos para entrar no processo de registro de um domínio de nível global. Caso a Amazon decida desistir mais tarde, o reembolso será menor.
O G1 tentou contato com o Itamaraty e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, representantes do Brasil junto à Icann, para saber se existe algum projeto para o uso do domínio e se o governo pretende entrar com um protesto formal caso a Amazon não desista do registro. Até a publicação da reportagem, não houve resposta.
Domínios globais
A Icann é órgão responsável por administrar a alocação de domínios como ".br", para o Brasil, e criar e supervisionar domínios globais, como ".com" e ".xxx" (para sites de conteúdo adulto). A Icann não gerencia diretamente nenhum desses domínios. No caso de terminações que representam um país, é o próprio país que decide como os endereços serão gerenciados. Para domínios globais, a administração é decidida por um processo de concessão ou patrocínio.
Conseguir um novo domínio global costumava ser um processo longo e complicado. O registro do domínio ".amazon" faz parte da iniciativa da Icann para facilitar a concessão de novos domínios de nível global, semelhante ao ".com", mas personalizados de acordo com a solicitação de empresas ou instituições. Além de ".amazon", a Amazon entrou com pedidos para registrar ".book", ".app", ".store", entre outros. Há também pedidos para ".gay", ".casino", .antivirus", entre outros.
Entre os domínios que causaram problemas regionais, além de ".amazon", estão ".date" – que segundo o governo japonês é o nome de duas cidades no país -, e ".patagonia", que recebeu uma notificação do governo argentino.
A Austrália foi o país que mais registrou notificações e manifestou preocupação com diversos domínios considerados "genéricos", como ".shop" e ".antivirus". Segundo o governo australiano, as empresas responsáveis por esses domínios devem se comprometer a disponibilizá-los a terceiros de uma forma "não discriminatória".
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